O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão de sexta-feira (7) em queda de 1,27%, aos 124.619,40 pontos, pressionado pela divulgação do payroll, os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA), que mostrou resultados abaixo do esperado, aumentando a incerteza do mercado em relação à próxima decisão sobre os juros norte-americanos.
Consequentemente, esse cenário incerto levou à alta dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) e à valorização do dólar em 0,52% frente ao real. Com esses resultados, o Ibovespa acumula queda de 1,2% na semana e teve sua primeira semana encerrada em baixa em 2025.
No mercado internacional, destaque para as novas ameaças de Trump de sancionar tarifas globais. Segundo matéria do InfoMoney, o presidente dos Estados Unidos anunciou neste domingo (9) tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio aos EUA. O Brasil, que é o terceiro exportador desses metais, dessa vez deve ser atingido pelas sanções de Trump.
Passam a valer a partir desta segunda-feira (10), as medidas retaliatórias da China em resposta às tarifas dos Estados Unidos.
No Brasil, além do contexto internacional, o foco do mercado está voltado às declarações do presidente Lula sobre o aumento do crédito, aumentando a preocupação dos investidores sobre novos riscos fiscais.
No radar do dia, números do IPCA, vendas no varejo e volume de serviços calibram as apostas para a taxa Selic nesta semana.
Na esteira da política comercial de Trump, o dólar abriu em alta de 0,19%, a R$ 5,80, enquanto o dólar futuro, recua 0,10% a R$ 5,82. Os juros futuros abrem em alta: Jan/27 é estável com viés de queda; e o Ibovespa futuro sobe 0,21%, aos 125.190 pontos.
Manchetes desta manhã
- Percepção de inflação piora com redução de embalagens e reajustes disseminados (Valor)
- Trump anuncia taxas sobre aço, e Brasil será um dos mais afetados (Globo)
- Ações trabalhistas disparam e passam de 2 milhões em 2024 (Estadão)
- Redução das famílias e custo puxam demanda por imóveis menores (Valor)
- BTG tem lucro e receita recordes no 4º trimestre (Valor)
Mercado global
As bolsas da Europa iniciam a semana em movimento de alta, apesar das incertezas sobre as tarifas comerciais de Trump. A União Europeia avalia sua resposta às sanções dos EUA e, segundo o chanceler alemão, Scholz, está pronta para responder às taxas em um futuro próximo.
Na Ásia, os índices encerraram a sessão desta segunda-feira majoritariamente em alta, com o mercado avaliando as novas declarações de Trump, de que será recíproco às tarifas, o que pode incluir a China, que impôs taxas de importação aos EUA e devem entrar em vigor hoje.
Em Nova York, índices futuros operam em alta em meio às expectativas e apreensão do mercado sobre as tarifas comerciais de Trump. O S&P 500 futuro segue em valorização de 0,4%, o Stoxx Europe avança 0,3% e o Shanghai sobe 0,6%.
Confira os principais índices do mercado:
• FTSE 100 +0,4%
• Nikkei 225 estável
• MSCI EM -0,1%
• Dollar Index +0,1%
• Yield 10 anos estável a 4,4927%
• Petróleo WTI +1,2% a US$ 71,83 barril
• Futuro do minério em Singapura +0,8% a US$ 107,2
• Bitcoin +2,9% a US$ 97950,06
Commodities
- Petróleo: sobe mais de 1%, enquanto mercado se estabiliza após preocupações com tarifas dos EUA. O Brent abril sobe 1,17%, para US$ 75,53 e o WTI para março, avança 1,18%, a US$ 71,84.
- Minério de ferro: fechou em alta de 0,79% em Dalian, na China, cotado a US$ 113,13/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 0,81%, cotados a US$ 107,20/ton e o mercado à vista sobe 0,59%, cotado a US$ 107,35/ton.
Cenário internacional
Nos EUA a agenda do dia segue tranquila, com destaque ao longo da semana para a sabatina do presidente do Fed, Jerome Powell, na terça-feira (11) no Senado e na quarta-feira (12) na Câmara; além de indicadores econômicos importantes, como o CPI dos EUA na quarta-feira (12) e PIB da Zona do Euro, vendas no varejo e produção industrial dos EUA na sexta-feira (14).
Cenário nacional
No Brasil, destaque para a divulgação do Boletim Focus, que aumentou as expectativas de alta para o IPCA às vésperas de resultado, se afastando do teto da meta inflacionária de 4,5% prevista para o ano.
Entre outros dados, a Anfavea informa sobre as vendas de veículos de janeiro, às 11h. Na agenda da semana, está prevista para esta terça-feira (10) a divulgação do IPCA de janeiro; além do volume de serviços nesta quarta-feira (12) vendas no varejo na quinta-feira (13) e Pnad Contínua na sexta-feira (14).
Na continuação do calendário de balanços corporativos, para hoje, estão previstos os resultados da TIM, após o fechamento do mercado. Na quarta-feira (12) tem Totvs e Log Commercial e, na sexta-feira (14), tem Raízen, Suzano e Usiminas.
Destaques no mercado corporativo
- BTG Pactual: teve lucro de R$ 12,3 bilhões em 2024, alta anual de 18%.
- São Martinho: reportou lucro de R$ 157,9 milhões no terceiro trimestre da safra 2024/25, queda de 25%.
- Cosan: está vendendo a Raízen Power e busca se desfazer de participações em projetos da Rumo, segundo O Globo.
- Usiminas x CSN: Usiminas reclama à CVM sobre suposta mentira da CSN ao declarar que não sabia do prazo para se desfazer das ações da Usiminas até julho de 2024.
- CCR: assinou contrato de concessão da “Rota Sorocabana”.
- InterCement: apresentou plano de recuperação judicial para reestruturar R$ 14,2 bilhões em dívidas.
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