Segundo a PM, Ruan Corrêa Arruda da Silva foi perseguido após fazer manobras perigosas na via pública em Guarujá (SP). Horas depois da comunicação do caso à Polícia Civil, a corporação descobriu que ele foi baleado na cabeça. Motociclista é arremessado após bater em carro estacionado durante perseguição policial
O caso de Ruan Corrêa Arruda da Silva, de 22 anos, arremessado após bater em um carro estacionado durante uma perseguição policial em Guarujá, no litoral de São Paulo, foi alterado para homicídio após ser registrado como queda acidental. Isto porque a Polícia Civil descobriu no hospital que ele morreu com um tiro na cabeça disparado por um policial. O agente é investigado.
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“A priori, foi registrado como acidente de moto. Só que, quando esse corpo foi para o hospital aqui da cidade de Guarujá, o médico percebeu que havia uma perfuração produzida por arma de fogo. Esse boletim de ocorrência foi complementado e nós estamos apurando agora um homicídio”, afirmou o delegado Antônio Sucupira, em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.
Diante da mudança no BO, o delegado explicou que as investigações têm como objetivo descobrir se o disparo do PM foi intencional ou acidental.
O delegado afirmou que os policiais envolvidos prestarão um novo depoimento na Delegacia Sede de Guarujá, uma vez que só tinham sido ouvidos para o primeiro registro – como queda acidental.
Ainda de acordo com Sucupira, as imagens das câmeras corporais dos policiais e de monitoramento da rua estão sendo analisadas. Ele destacou que a apuração dos fatos também depende do resultado da perícia do Instituto Criminalística (IC).
Ruan tinha 22 anos quando morreu, após perseguição policial em Guarujá (SP)
Arquivo pessoal e Reprodução
Entenda o caso
De acordo com o BO, os PMs flagraram um grupo de motociclistas fazendo manobras empinando motos durante a madrugada de quinta-feira (6), no bairro Pae Cará. Ainda segundo o registro policial, os suspeitos fugiram ao perceberem a aproximação dos agentes.
Conforme relatado pelos PMs, Ruan entrou pela Rua Waldemar Lopes Ferraz e a equipe passou a acompanhá-lo. No entanto, ao fazer a curva para entrar na via, o policial afirmou que a arma disparou “acidentalmente” fora da viatura.
Com isso, Ruan, que estava de capacete, se chocou com um carro que estava estacionado e caiu no chão. Consta no BO que, ao desembarcar da viatura e ver a gravidade de uma lesão na cabeça, a PM teria acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Motociclista é arremessado após bater em carro estacionado durante perseguição policial
Reprodução
A primeira edição do BO informou que Ruan foi levado ao Hospital Santo Amaro. No entanto, já na noite de quinta-feira, um delegado atualizou o documento após ter recebido a informação sobre a morte do rapaz e a perfuração por arma de fogo — fatos que não tinham sido comunicados à delegacia no registro da ocorrência.
O corpo tinha um ferimento resultado por uma lesão perfurante na região da têmpora esquerda. A partir dessas informações, a natureza do boletim de ocorrência foi alterada para incluir o crime de homicídio.
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