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Munícipio que passou mais tempo sob altas temperaturas foi Humaitá. Além disso, o levantamento apontou que três das cidades do interior do estado ultrapassaram a marca de 42°C em 2024. A capital Manaus registrou 132 dias de altas temperaturas.
Rede Amazônica
Dez cidades do Amazonas enfrentaram mais de quatro meses de calor extremo em 2024, conforme levantamento exclusivo feito, a pedido do g1, pelo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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O munícipio que passou mais tempo sob altas temperaturas foi Humaitá, com 141 dias. Além disso, o levantamento apontou que três das cidades do interior do Amazonas ultrapassaram a marca de 42°C em 2024, sendo elas: Humaitá, Canutama e Atalaia do Norte.
A capital Manaus registrou 132 dias de altas temperaturas, com o pico de 39°C no dia 18 de setembro.
Nos últimos 31 anos, o recorde de temperatura máxima em Manaus foi de 39,2°C, registrado pela estação meteorológica do Inmet no dia 2 de outubro de 2023.
🌞🌡 Confira o ranking das 10 cidades do estado que viveram mais de quatro meses de altas temperaturas:
Humaitá – 141 dias com extremos de calor;
Canutama – 139 dias com extremos de calor;
Tapauá – 136 dias com extremos de calor;
Lábrea – 135 dias com extremos de calor;
Pauini – 135 dias com extremos de calor;
Manaus – 132 dias com extremos de calor;
Manicoré – 132 dias com extremos de calor;
Novo Aripuanã – 132 dias com extremos de calor
Iranduba – 128 dias com extremos de calor;
Careiro da Várzea – 124 dias com extremos de calor.
Ao g1, o meteorologista e pesquisador da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Leonardo Vergasta, explica que as altas temperaturas registradas na Amazônia estão relacionadas a dois fatores principais: o fenômeno El Niño e o aquecimento das águas do Oceano Atlântico Tropical Norte.
“O El Niño, caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial, altera a circulação atmosférica global e, na Amazônia, geralmente reduz a umidade disponível para a formação de nuvens e chuvas, o que favorece temperaturas mais altas”, afirmou.
Ele também destacou que esses dois fatores não apenas contribuíram para os recordes de temperatura em Manaus, mas também intensificaram a seca extrema na região em 2023 e 2024, com chuvas abaixo da média e níveis dos rios caindo drasticamente.
Panorama do país
Em todo o Brasil, mais de 6 milhões de pessoas enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024 – um ano marcado como o mais quente da história da Terra.
Ao todo, 111 cidades brasileiras tiveram mais de 150 dias, ainda que não corridos, sob calor extremo. Isso significa temperaturas que muitas vezes ultrapassaram os 40°C. Veja o mapa abaixo.
Mais de 6 milhões de pessoas ficaram expostas a calor intenso em 2024 no Brasil
Como um todo, os dados indicam que a região Norte foi a mais afetada pelas altas temperaturas no ano passado, enfrentando uma grave crise ambiental devido à combinação de seca severa e um alto número de queimadas.
“Quando olhamos os dados, a gente percebe que os extremos de calor aconteceram em áreas em que a gente teve a grande seca. A seca está relacionada com a temperatura e esse é um dos fatores que explica a intensidade da estiagem que vimos em 2024”, destacou a especialista em secas do Cemaden, Ana Paula Cunha.
Metodologia do levantamento
A análise foi feita a pedido do g1 pelo Cemaden com dados de satélite do Inpe. Entenda abaixo como isso foi feito:
🔎 Para cada dia do ano foi calculado um valor limite de temperatura.
🔎 Para isso, foram analisandos os dados diários da série histórica entre 2000 e 2024.
🔎 Como resultado, foi constatado o total de dias no ano de 2024 que superaram os valores mais altos vistos na série histórica, o que configura um extremo de calor.
🔎 O índice é o mesmo usado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O levantamento considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, o que inclui as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden Márcia Guedes, que fez parte do levantamento, isso ocorre porque ao coletar os dados do satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.
Manaus registra dia mais quente do ano