Retomada da itinerância

A Assembleia Legislativa vai promover a retomada das sessões itinerante. Primeiro, por se tratar de uma exigência de prefeitos e lideranças interioranas. Segundo, porque muitas são as cidades que se sentem prestigiadas com a realização de um evento político para discutir nas sessões não só as suas prioridades, mas sim prioridades regionais. Em terceiro, para que as populações de cidades possam acompanhar pelo menos por um dia, como se comportam os deputados e como ocorre uma Sessão Ordinária Itinerante do Poder Legislativo. Há outras motivações para a continuidade desses eventos que são do maior interesse político e administrativo de todos os prefeitos, assim como de deputados federais e estaduais. Não fica, entretanto, só por aí o interesse por sessões no interior. Primeiramente, por parte do próprio Elmano de Freitas, que não tem disfarçado a sua grande preocupação com a manutenção do diálogo e da harmoniosa convivência do Palácio da Abolição, inclusive com todos os municípios do Estado, como está planejado. Além desses detalhes tratados pelo Governo e Municípios, é justo acrescentar que deputados federais e estaduais têm nessas ações itinerantes excelentes oportunidades para mostrar prestígio e força eleitoral, com direito de cobrar benefícios ao Governo na “casa” de seus eleitores. Como observava o ex-deputado russano Agaci Fernandes, “não há comício melhor!”.

O encontro que não rendeu. Felipe Mota convocou um grupo de deputados para ver a Moraliza e mostrou uma aquarela desbotada de Maria Preá. Iniciou o encontro frustrando os oposicionistas que atenderam ao seu chamado acreditando tratar-se de um encontro de estratégias e mandamentos para agregar o bloco dos contrários ao governo com propostas unificadas. A presença de dois governistas não estava no roteiro, mas eles estavam lá como convidados do deputado Felipe. Um deles, o deputado De Assis Diniz é o homem de confiança de Elmano Freitas.

Bem na foto. Nessa foto, só quem sairia demonstrando que manda e tem força para unir os opostos era o próprio Felipe. Os demais faziam parte do mobiliário. Mudaram o roteiro sem avisar a tropa. Faltou experiência a Felipe. Botar o União Brasil, o PL e o resto do PDT numa bandeja para conversar com o governo sem conhecimento prévio exige mais talento do que coragem.
Pajelança mal organizada. As três forças da oposição tem raízes diferenciadas e lideranças que não se sujeitariam a uma rendição antecipada dos seus propósitos de sobrevivência. Dois desses partidos são radicalmente contrários ao governo. Como reagiriam Ciro Gomes e Roberto Claudio ao tomarem conhecimento dessa pajelança mal organizada. E o comando do PL bolsonaristas concordaria em acertar as pontas com Elmano e Camilo? Só na cabeça do iluminado deputado Felipe Mota.
Deu no que deu. Quanto ao deputado do União Brasil, acredita-se nas suas boas intenções, mas ele deve ter pensado só nele mesmo, e deu no que deu. Cometa-se que assim agiu agradecendo a terceira secretaria da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Não é assim que se ganha à confiança dos seus pares. Mas é assim que se pode perdê-la. Não é possível agora convidar para a mesma mesa forças antagônicas sem o estímulo de emendas parlamentares que no Ceará funcionou de forma contrária, com os deputados cearenses dividindo-as com o governador para a construção do Hospital Universitário da UECE.
Posse na OAB. A posse da advogada Christiane Leitão na presidência da OAB-CE representou o reconhecimento de uma dama com largo histórico dedicado à causa jurídica com todos os méritos e louvores a que nos levam realizações e sacrifícios. Coisa de uma dama que vestiu véu de noiva para casar com a Justiça, em mais uma demonstração de que mulheres são às vezes mais meritórias do que os homens.
Retorna batendo. O deputado Heitor Férrer (UB), depois de temporada como suplente retornou à Alece com a mesma força com que exercita a oposição. Para não perder a viagem fez pesadas críticas à contratação do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar para a administração do Hospital Universitário da UECE.
Fortalecendo o PSB. Superando incômodos pelas fortes denúncias contra ele no pleito de 2024, o deputado Júnior Mano, agora no PSB, passa a se destacar como nome forte da sigla ao lado do senador Cid Gomes. Ele poderá, em 2026, não somente se reeleger com votação de sobra, como até ser o candidato ao Senado.

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