Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado em arco de alianças do PL ao PT

Um dos políticos mais influentes do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), 47, voltou à presidência do Senado neste sábado (1º) para um novo mandato de dois anos, em um arco de alianças que vai do PT ao PL. Ele obteve votos de 73 dos 81 senadores. Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) tiveram, cada um, o apoio de quatro senadores.

Alcolumbre teve a seu favor o terceiro maior placar em eleições para o Senado desde a redemocratização. Mauro Benevides (1991) e José Sarney (2003) foram eleitos anteriormente com 76 votos.

Mesmo fora do cargo há quatro anos, o amapaense manteve forte influência no Senado por meio de seu sucessor e afilhado político, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Teve voz relevante na indicação de dois ministros no governo Lula (PT) e manteve o controle sobre a distribuição de emendas parlamentares para seus colegas.

Minutos após ser eleito, o novo presidente do Senado foi cumprimentado por telefone pelos dois maiores líderes dos campos políticos atuais, o presidente Lula e o antecessor Jair Bolsonaro (PL).

Em seu discurso como candidato, Alcolumbre se direcionou ao público interno, com recados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e referências à tensão com a corte em torno do bloqueio de emendas parlamentares.

“É essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro”, afirmou.

Alcolumbre foi presidente do Senado de 2019 a 2021, durante o governo de Bolsonaro. Ao fim daquele ciclo, tentou uma manobra para disputar um segundo mandato seguido, em circunstâncias vedadas pela Constituição, e acabou impedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Sob o comando de Alcolumbre à época, o Congresso expandiu seu poder sobre o Orçamento, estabelecendo uma partilha de recursos para as bases eleitorais de parlamentares, com baixa transparência. O movimento teve o aval do governo Bolsonaro, com quem o senador amapaense manteve algum alinhamento.

Alcolumbre explorou como ferramenta de influência as emendas de relator, que eram controladas por um grupo restrito de parlamentares e distribuídas a seus aliados em troca de apoio político.

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