Segundo o IBGE, em um ano, 2,6 milhões de pessoas entraram no mercado de trabalho. No entanto, ainda são 7,4 milhões de desempregados no país. Em 2024, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da história.
Mesmo com toda experiência no currículo, o sushiman Gilberto Vieira da Silva ficou dois anos desempregado. A virada foi em julho de 2024, quando ele conseguiu uma vaga.
“Foi só um teste. Aí, depois, eu comecei direto, trabalhar direto”, conta.
Não só ele como outras mil pessoas foram contratadas por uma rede especializada em delivery de comida japonesa.
“Foram mais de 24 unidades abertas no Brasil e, aqui no Rio de Janeiro, por volta de 15 unidades abertas”, diz Pablo Bastos, diretor de estratégia do Grupo Rão.
Em 2024, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica: 6,6%. Em 2012, a taxa foi de 7,4%. Teve o patamar mais alto em 2021, na pandemia. Em 2024, 7,8%. E, agora, volta ao patamar do início da série histórica.
Taxa de desemprego
Jornal Nacional/ Reprodução
“O mercado de trabalho é um ótimo refletor sobre as decisões econômicas. Então, quando a gente tem PIB crescendo, mais investimento, mais pessoas produzindo, automaticamente você precisa de mais pessoas trabalhando”, afirma a economista e consultora Vivan Almeida.
O número de pessoas ocupadas também foi recorde no país: mais de 103 milhões de brasileiros. Segundo o IBGE, em um ano, 2,6 milhões de pessoas entraram no mercado de trabalho. Os números de empregados com e sem carteira também atingiram o maior patamar: 38,7 milhões de brasileiros na formalidade e 14,2 milhões sem registro. O total de pessoas que trabalham por conta própria também foi o maior da série histórica: mais de 26 milhões. O rendimento cresceu dois anos seguidos e chegou ao maior nível desde 2012. Valor médio de R$ 3.225.
“A preocupação, sempre, é com a inflação. É claro que mais pessoas trabalhando é sempre melhor. É claro que mais pessoas trabalhando com uma renda compatível com a sua escolaridade, com a sua experiência é o que a gente deseja, é o que a gente espera. Mas mais gente trabalhando são mais pessoas consumindo e demandando serviços, o que, automaticamente, pressiona a inflação”, explica Vivan Almeida.
Ainda são 7,4 milhões de pessoas desempregadas.
“É importante a gente olhar para esse grupo para entender o que falta a esse grupo para voltar ao mercado de trabalho. Se é uma questão de ausência de políticas públicas que permitam essas pessoas voltarem, se é uma questão educacional. Mas, de qualquer forma, a gente tem que entender quais são os conjuntos de políticas necessárias para que essas pessoas retomem e possam acessar as oportunidades”, afirma Vivan Almeida.
Para os que já conseguiram, como o Gilberto, a hora é de organizar a vida:
“Já tenho terreno, tenho casa já. Ainda tem umas contas que estão para quitar, mas vai dar tudo certo”.
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