O Índice de Preços para os gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação usado como referência pelo Federal Reserve (Fed), subiu 0,3% em dezembro na comparação mensal, acima dos 0,1% registrados em novembro.
Na comparação anual, o índice avançou 2,6%, ante os 2,4% anteriormente, conforme dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA nesta sexta-feira (31). O resultado veio alinhado com as expectativas do mercado, que projetava alta de 0,3% na base mensal e 2,6% na anual.
O núcleo do PCE, que exclui os preços de alimentos e energia, subiu 0,2% no mês e manteve alta de 2,8% no acumulado de 12 meses, em linha com os números de novembro.
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PCE mostra renda e consumo em alta
A renda dos norte-americanos avançou 0,4% em dezembro, um crescimento de US$ 92 bilhões em relação a novembro. Já os gastos pessoais subiram 0,7%, representando US$ 133,6 bilhões a mais na economia.
Os dados revisados de novembro mostraram alta de 0,3% na renda e um crescimento ainda maior nos gastos, de 1,1%. O rendimento disponível (DPI, na sigla em inglês), que considera a renda líquida após impostos, cresceu 0,4% em dezembro, totalizando US$ 79,7 bilhões.
Já o nível de poupança foi de US$ 843,2 bilhões, equivalente a 3,8% da renda disponível.
Cenário exige cautela do Fed
Na última quarta-feira (29), o Federal Reserve manteve sua taxa básica de juros inalterada, após três cortes consecutivos. Em discurso nesta quinta-feira (30), a diretora do Fed, Michelle Bowman, afirmou que novos ajustes serão feitos gradualmente, à medida que a inflação dos EUA continue acima da meta de 2%.
Por outro lado, para o CEO da Equity Fund Group, João Kepler, os dados do PCE mostram que a inflação está sob controle, mas ainda exige atenção do Fed.
“O mercado já precificava uma manutenção dos juros no curto prazo, e esse dado reforça essa expectativa. O cenário mantém o dólar forte e o fluxo de capital concentrado nos EUA, limitando a liquidez global e impactando mercados emergentes”, avalia.
Já André Matos, CEO da MA7 Negócios, destaca que o Federal Reserve deve seguir com uma postura cautelosa. “A inflação ainda exige monitoramento, mas sem sinais de descontrole. O Fed deve manter os juros elevados por mais tempo para garantir a convergência à meta, o que pode fortalecer o dólar e impactar mercados emergentes, exigindo dos investidores uma estratégia mais seletiva e focada em ativos resilientes”, explica.
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