Presidente da Fiems alerta para impactos negativos da decisão do Banco Central na economia e no setor empresarial
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, criticou a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia em um ponto percentual, passando de 12,15% para 13,25% ao ano.
Ele classificou a medida, anunciada na quarta-feira (29/01), como “uma notícia desagradável”, alertando para os impactos negativos sobre o crescimento econômico, a geração de empregos e a renda no país.
“Como se não bastasse esse aumento, há ainda a perspectiva de um novo reajuste na próxima reunião, em março, de mais um ponto percentual, o que considero injustificável”, afirmou Longen.
O líder empresarial destacou que a política monetária adotada pelo Governo Federal e pelo Banco Central tem gerado grande preocupação para o setor privado.
“Muitos empresários contrataram créditos com juros flutuantes e agora enfrentam um aumento constante no custo do financiamento. Precisamos que o governo compreenda que conter a inflação exige um equilíbrio. Estamos falando de juros que já ultrapassam três vezes o índice de inflação, enquanto em outros países, esse percentual não passa de 50%”, ressaltou.
Longen alertou que, com uma inflação de aproximadamente 5%, a Selic deveria estar em torno de 7,5%. “Já estamos com 13,25%, depois 14,15%, projeção de 15,25%.
Onde vamos parar? Como vamos ficar? Nós não estamos mais preocupados com os investimentos, as empresas já não estão investindo mais. Isso é uma política de recessão”, enfatizou.
Diante desse cenário, o presidente da Fiems defendeu a possibilidade de medidas judiciais para questionar a política de juros.
“A nossa preocupação é a incapacidade de pagamento que as empresas terão com essa política do Governo Federal e do Banco Central. É uma preocupação muito grande para nós todos”, concluiu.