Presidente do BNDES cobra reciprocidade da oposição

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, criticou nessa quarta-feira (29) governadores da oposição, pedindo “reciprocidade”. A declaração foi dada durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, para o anúncio de investimentos destinados a rodovias do Paraná, estado governado por Ratinho Júnior (PSD), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Às vezes, é difícil para alguns governadores prisioneiros da polarização que não reconhecem, mas o presidente Lula segue republicano e trabalhando sempre em parceria, porque o Brasil pode fazer muito mais”, disse. O governador do Paraná foi convidado, mas não participou da cerimônia nem enviou representante.
Após o evento, questionado por jornalistas se Ratinho Jr. seria um desses governadores prisioneiros da polarização, Mercadante evitou dar nomes, mas citou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “Eu não falei especificamente de nenhum [governador], mas é uma frase que serve para todos aqueles que não assumem uma relação de reciprocidade”, afirmou.

“Estivemos, por exemplo, recentemente, aqui em Brasília. Estamos financiando o trecho do metrô da Samambaia, duas estações, um projeto de R$ 400 milhões. Eu não vi uma palavra do governador dizendo assim, “obrigado BNDES, obrigado governo Lula pela parceria que nós estamos fazendo”. Sendo que o governo anterior não financiou um metro de metrô no Distrito Federal. Essa reciprocidade ajuda a construir uma relação civilizada e você acelerar e fazer mais coisas e mais motivação”, completou.
Durante o evento, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB/AL), fez questão de destacar que esteve com o governador do Paraná pessoalmente duas vezes para tratar do tema, em uma defesa velada do paranaense.

Lula, desta vez, não discursou. E a crítica a Ratinho Jr. ficou restrita a Mercadante. Mas na semana passada, em outro evento da área de infraestrutura, a ausência de governadores criticada por integrantes do governo Lula foi a do mineiro Romeu Zema (Novo).
O governo assinou contrato de concessão da rodovia BR-381, depois de anos de tentativas mal-sucedidas de acordo com o setor privado para a chamada “Rodovia da Morte”, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, em Minas Gerais. A cerimônia no Palácio do Planalto se tornou um ato de críticas a governadores de oposição, mas sobretudo a Zema, que não participou do evento.
Ele integra o partido Novo e busca uma candidatura à Presidência em 2026. Também foram criticados os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

Não apenas a ausência do mineiro foi criticada pelas autoridades, como também o mais recente ataque do mineiro ao Programa de Pleno Pagamento de Dívida dos Estados (Propag). Lula chegou a se comparar a Jesus Cristo para criticá-lo.
O BNDES autorizou o financiamento de R$ 6,4 bilhões para a concessionária EPR Litoral Pioneiro para rodovias do Paraná. O recurso será usado para bancar a duplicação de 350 km de rodovias federais e estaduais, além de triplicação da BR-277 (cerca de 80 km) que liga Curitiba ao litoral no Pontal do Paraná.
O projeto prevê ainda a criação de um acesso ao Porto do Paranaguá, principal via de escoamento da produção agrícola do estado. A EPR Litoral Pioneiro assinou o contrato de concessão em 30 de janeiro de 2024, para administrar 605 km de rodovias no Paraná. O prazo de concessão é de 30 anos, com investimentos estimados em R$ 10,8 bilhões.

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