Gasolina e o diesel ficarão mais caros com o aumento do ICMS

Os preços da gasolina e do diesel ficarão mais caros nos próximos meses, impactando diretamente a economia brasileira. A defasagem de preços em relação ao mercado internacional e o reajuste do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) são os principais fatores por trás desse aumento. O efeito desses reajustes será sentido especialmente no setor de alimentos, aumentando a inflação e pressionando o governo Lula (PT), que tenta conter a alta dos preços.

O que está acontecendo?

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou ao presidente Lula na última segunda-feira (27) que o preço do diesel precisará ser reajustado para corrigir a defasagem em relação ao mercado externo. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), essa diferença nos preços chega a 14% para o diesel e 7% para a gasolina.

Esse descompasso ocorre porque, enquanto os preços dos combustíveis no mercado internacional flutuam conforme a oferta e a demanda global, a Petrobras tem mantido os valores internos sem reajustes significativos. Essa defasagem pode prejudicar importadores e refinarias privadas, tornando inevitável um aumento para corrigir a situação.

Reajustes confirmados e impacto nos combustíveis

A gasolina e o diesel ficarão mais caros em razão de dois aumentos previstos:

  • Reajuste do ICMS: O imposto estadual sobre os combustíveis subirá a partir de 1º de fevereiro. O ICMS da gasolina será elevado para R$ 1,47 por litro, enquanto o diesel passará para R$ 1,12. Esse aumento já foi aprovado no ano passado e impactará diretamente o consumidor final.
  • Correção da defasagem de preços: Segundo especialistas do setor, o reajuste necessário para cobrir a defasagem do diesel pode variar entre R$ 0,20 e R$ 0,25 por litro. Ainda não há uma definição exata de quando essa alta será aplicada, mas a Petrobras já sinalizou que o reajuste acontecerá em breve.

A diferença entre os dois aumentos é que o ICMS afeta diretamente os preços nos postos de combustíveis, enquanto a correção da defasagem está atrelada à política de preços da Petrobras e à cotação do petróleo no mercado internacional.

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Efeito na inflação e no custo de vida

O aumento da Gasolina e o diesel ficarão mais caros para os consumidores e também terá reflexos na inflação. O diesel, por exemplo, é um insumo essencial para o transporte de mercadorias, o que afeta diretamente os preços de alimentos e outros produtos básicos.

De acordo com Alexandre Espírito Santo, economista da Way Investimentos e professor da ESPM, a alta do diesel terá um impacto “significativo e abrangente” sobre a inflação. “O diesel é fundamental no frete, que afeta toda a cadeia de alimentos e produtos importantes”, explicou.

A advogada Renata de Silveira Bilhim, especialista em Direito Tributário, reforça que o impacto será generalizado: “Frutas, legumes e carnes provavelmente terão aumento, assim como o transporte coletivo interestadual, que utiliza o diesel”.

A alta da gasolina também trará efeitos diretos sobre o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal indicador da inflação no Brasil. “A cada 1% de aumento na gasolina, o IPCA sobe 0,5%”, estima Renata. Isso significa que a elevação dos preços dos combustíveis poderá acelerar a inflação, dificultando a recuperação econômica e reduzindo o poder de compra da população.

Pressão sobre o governo Lula

O aumento da gasolina e do diesel ficará mais caro para os brasileiros e também pode impactar a popularidade do governo Lula. Com a inflação pressionada e o custo de vida em alta, cresce a insatisfação da população.

Uma pesquisa recente da Quaest mostra que a taxa de reprovação do governo subiu para 37%, com os preços dos alimentos sendo apontados como um dos principais motivos para a insatisfação dos brasileiros. O aumento nos combustíveis pode agravar esse cenário, já que a alta do diesel e da gasolina encarece ainda mais os produtos básicos.

Para evitar maiores desgastes políticos, o governo tem monitorado a situação de perto. Lula se reuniu com representantes da Petrobras e do setor de combustíveis para discutir medidas que possam minimizar o impacto do reajuste. No entanto, especialistas alertam que qualquer tentativa de interferência nos preços pode gerar desconfiança no mercado e afastar investidores.

Reajustes e crise na Petrobras

O último ano foi marcado por um congelamento inédito nos preços do diesel. Pela primeira vez em 13 anos, a Petrobras fechou 2024 sem reajustar o combustível. Essa decisão foi interpretada pelo mercado como uma tentativa de evitar desgastes políticos, já que aumentos poderiam impactar a inflação e a popularidade do governo.

No entanto, essa política de contenção de preços trouxe consequências financeiras para a estatal. No governo Dilma Rousseff, práticas semelhantes resultaram em perdas de R$ 100 bilhões para a Petrobras, segundo Mauro Rodrigues da Cunha, ex-conselheiro da empresa.

Diante desse histórico, investidores pressionam a Petrobras para que os reajustes ocorram de forma transparente e sem interferência política. A empresa, por sua vez, busca equilibrar a necessidade de corrigir a defasagem dos preços sem gerar um impacto abrupto para os consumidores.

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Gasolina e o diesel ficarão mais caros

A gasolina e o diesel ficarão mais caros nas próximas semanas, com aumentos confirmados no ICMS e a expectativa de reajuste da Petrobras. Esses fatores pressionam a inflação, impactam o custo de vida e podem gerar novas turbulências econômicas.

Os consumidores devem se preparar para um aumento nos preços dos combustíveis e, consequentemente, no custo de diversos produtos e serviços. O governo, por sua vez, enfrenta o desafio de conter a inflação sem interferir diretamente na política de preços da Petrobras.

O cenário ainda é incerto, mas uma coisa é certa: a gasolina e o diesel ficarão mais caros, e os impactos dessa alta serão sentidos por toda a economia brasileira.

 

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