O dólar à vista fechou a sessão desta quinta-feira (23) com recuo de 0,35%, cotado a R$ 5,92. A valorização do real foi impulsionada pelo enfraquecimento global da moeda americana, especialmente frente a divisas de mercados emergentes da América Latina.
O movimento foi influenciado pelo discurso mais conciliador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à China. Após anunciar tarifas de 10% sobre produtos chineses, o presidente americano, em sua participação virtual no Fórum Econômico Mundial em Davos, sinalizou intenção de manter um relacionamento menos conflituoso com o país asiático, o que gerou otimismo nos mercados.
Real lidera entre moedas emergentes, mas perde força no final
Durante a tarde, o real se destacou entre as principais moedas globais, mas perdeu fôlego na última hora de negócios. A piora no apetite por risco foi atribuída as especulações sobre uma possível iniciativa do governo brasileiro de reduzir o custo de alimentos por meio de uma rede popular de abastecimento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo cogite usar “espaço fiscal” para tal medida, classificando as informações como “boataria”.
No início do dia, a moeda americana registrou alta moderada, em linha com ajustes após o recuo da quarta-feira (22), quando o dólar fechou abaixo de R$ 6, pela primeira vez desde dezembro.
Movimentos de ajuste e fluxo externo favorecem o real
Em entrevista ao Estadão Broadcast, o economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, atribuiu a recente queda do dólar à redução de posições compradas na moeda americana por investidores estrangeiros, motivada pela melhora do apetite ao risco no cenário externo.
Na B3, a posição comprada em derivativos cambiais de investidores não residentes recuou de US$ 80 bilhões no fim de 2024 para cerca de US$ 59 bilhões nos últimos dias. A sazonalidade, com exportações de grãos no início do ano, também tem favorecido a valorização do real.
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