Fortaleza, 12 de janeiro, 10h de uma manhã quente de domingo.
No início dos anos 1990 comecei a me interessar por biografias: comecei logo com o que tinha de melhor: Vinicius de Moraes, O Poeta da Paixão, de José Castello; O Anjo Pornográfico [do meu professor de jornalismo Ruy Castro, de quem tenho todos os livros]; Chatô, O Rei do Brasil, de Fernando Moraes; uma biografia de Borges, escrita por Woodall; e [bem depois] a biografia O Mago, sobre a vida de Paulo Coelho, também escrita por Fernando Moraes, uma biografia de alta voltagem, de qualidade e grande intensidade psicológica, sobre a riquíssima e interessantíssima jornada de uma pessoa que muita gente inculta leva na base do folclore, mas é intensa – e o cara é mesmo da pesada.
Li também, nesse fôlego, uma biografia gigantesca de John Lennon, escrita por Norman & Muggiati [Lennon é uma figura menor, vazia, mas vale a pena ler]; li também uma biografia dos “Stones” mas o resultado foi uma m… daí decidi nunca mais ler biografias de roqueiros porras-loucas: o “Crônicas”, do Bob Dylan, ficou no volume 1 e nunca lerei nem o 1 nem o 2 – não gosto de Dylan nem do som dele… além de achá-lo um chato.
Também tem livro chato: On the Road é uma chatice [ o filme do “Waltinho” é 1000 vezes melhor; O Apanhador no Campo de Centeio, joguei no Lixo; Os Sertões, do Rosa?… desisti; Por Quem os Sinos Dobram?… fiquei pela metade… um dia termino aquela chatice… lembrando que Hemingway é um dos meus maiores professores de jornalismo: aprendi tudo com ele, lendo AS AVENTURAS DE NICK ADAMS, que eu amava, lá nos meus 14,15,16 anos, até esquecer o livro num bar por aí… Mas, desculpem, o “Por Quem os Sinos Dobram”… Nossa!
Mas o foco aqui é a efeméride dos 45 anos da morte, em 12/10/1980, de Vinicius de Moraes, que até agora está esquecida: não vai ter feijoada?; não vai ter batucada?; e a bateria do Salgueiro?; O Gilberto Gil já se pronunciou?
Todas as biografias citadas merecem ser lidas. Neste ano de 2025, o livro de José Castello – uma obra de arte – merece ser revisitado, para marcar os 45 anos da morte de VM, cuja casa em Itaparica [BA] conheci, pertinho da casa do meu outro professor de jornalismo, João Ubaldo Ribeiro – ainda guardo o livro “Viva o Povo Brasileiro”, do Ubaldo, autografado por Inácio de Loyola Brandão, com quem esbarrei na “1º Bienal do Livro do Ceará”: disse pro Inácio que tinha lido o livro dele, “O beijo não vem da boca”, mas tinha esquecido em casa… ele autografou, sorriu e pronto… Pode isso?
FERNANDO MAGALHÃES
ASS. TÉC. DA ALECE
O post 45 anos da morte de Vinicius de Moraes [1913 – 1980] apareceu primeiro em O Estado CE.