Em 2024, as empresas brasileiras captaram R$ 783,4 bilhões no mercado de capitais, uma alta de 66% em relação a 2023. Esse é o maior volume da série histórica iniciada em 2012, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A principal responsável pelo recorde foi a renda fixa, que somou R$ 709,2 bilhões no ano. Dentro desta categoria, estão inclusos os valores das debêntures, que responderam por R$ 473 bilhões, e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), com R$ 81 bilhões. Ambos registraram forte crescimento, com 100% e 86%, respectivamente.
Por outro lado, o Certificado de Recebível do Agronegócio (CRA) caiu 4,7% em relação a 2023, enquanto o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) teve retração de 45%.
Segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, as mudanças regulatórias sobre os lastros dessas operações impactaram o desempenho.
Dezembro: melhor mês da história
Em dezembro de 2024, as captações somaram R$ 99,4 bilhões, maior volume mensal desde o início da série histórica. As debêntures lideraram novamente, com 68 operações que levantaram R$ 67 bilhões.
IPOs continuam ausentes
No mercado de ações, não houve ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) pelo segundo ano consecutivo. O volume total ficou limitado a R$ 25 bilhões em ofertas secundárias, feitas por empresas já listadas na B3.
A maior operação do ano foi a oferta vinculada à privatização da Sabesp, que movimentou R$ 15 bilhões.
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