Dólar em queda e Bolsa em alta refletem incertezas de Donald Trump

O dólar registrava queda de 0,24% nesta terça-feira (21/01), cotado a R$ 6,027 às 15h25, enquanto a Bolsa apresentava leve alta de 0,17%, alcançando 123.067 pontos. O movimento reflete a volatilidade no mercado financeiro diante das sinalizações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas de importação e a guerra comercial, agora em seu segundo mandato na Casa Branca.
Trump anunciou que pretende impor tarifas de 25% sobre produtos importados do México e Canadá a partir de 1º de fevereiro, além de aplicar tarifas de 100% a produtos chineses e exigir que a União Europeia aumente as compras de petróleo norte-americano. A postura agressiva em relação ao comércio exterior trouxe instabilidade às moedas globais e impactou os mercados de câmbio e commodities.

Volatilidade
A moeda norte-americana iniciou o dia em alta, mas reverteu o movimento após declarações de Trump que indicam a possibilidade de um período de avaliação antes da implementação de novas tarifas. Esse tom mais moderado também foi reforçado por informações de que a nova administração estaria revisando déficits comerciais e práticas desleais antes de tomar decisões definitivas.
O dólar também reagiu à intervenção do Banco Central brasileiro, que realizou dois leilões de linha nesta segunda-feira (20), totalizando US$ 2 bilhões. As vendas aliviaram momentaneamente a pressão sobre a moeda, mas o fluxo cambial segue negativo em janeiro, com déficit de US$ 4,610 bi até o dia 10.

Impacto
O cenário externo também influenciou as moedas. O euro e a libra esterlina caíram 0,6%, enquanto o peso mexicano e o dólar canadense recuaram 1,3% e 1%, respectivamente, frente ao dólar. Já o iene japonês, considerado um ativo de segurança, valorizou-se 0,5%, cotado a 154,78 ienes. Nas commodities, o petróleo e o minério de ferro tiveram desempenhos mistos. O minério subiu 0,56% na Bolsa de Dalian, atingindo 804,5 iuanes (US$ 110,57) por tonelada, o maior patamar desde dezembro de 2024. Já o petróleo enfrentou pressão com a incerteza em torno da demanda global, diante das políticas comerciais de Trump.

Mercados
Na Ásia, as principais Bolsas registraram desempenhos modestos. O índice Nikkei subiu 0,32%, enquanto o CSI300, que reúne empresas de Xangai e Shenzhen, avançou apenas 0,08%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 0,91%, impulsionado por ações específicas, apesar da queda no setor de baterias e energia.
Na Europa, o euro caiu para US$ 1,04, refletindo preocupações com as exigências comerciais de Trump, incluindo o aumento das compras de petróleo dos EUA. Os mercados ainda reagiram ao feriado nos EUA, que limitou a liquidez das operações. A cautela do mercado diante das primeiras ações de Trump é evidente. Para os próximos dias, o mercado deve permanecer atento às sinalizações do governo dos EUA e às medidas do BC brasileiro, que podem influenciar o câmbio e os juros futuros. A expectativa é de que o dólar continue oscilando.

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