O advogado Celso Vilardi afirmou que Jair Bolsonaro (PL) está ciente das manifestações críticas dele antes de assumir a defesa do ex-presidente na investigação sobre golpe de Estado e que isso foi conversado entre eles, sem ter sido um problema. O defensor se diz a favor de uma punição rigorosa, mas não com base no que chama de “versões questionáveis” de delação.
“Sou um democrata e vou defender a democracia. Isso não se confunde com autorizar processos ou condenações com base em presunções, com base em versões questionáveis de um delator, sem provas de corroboração”, disse em entrevista, ao fazer referência ao acordo de colaboração firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal (PF).
O criminalista assumiu a coordenação da defesa do ex-presidente no dia 9 de janeiro deste ano. Ele assinou anteriormente manifestos contra o governo passado e chegou a escrever que Bolsonaro estimulava golpe.
Vilardi criticou a retomada de declarações que foram dadas por ele anteriormente e disse que elas não significavam juízo de valor sobre o caso, porque desconhecia os autos do processo. “Eu me manifestei a respeito de notícias sobre esse inquérito e várias vezes, inclusive, dizendo que não era possível apreciar a possibilidade de denúncia contra qualquer indiciado sem conhecer os detalhes.”
O advogado assinou manifestos construídos por personalidades jurídicas no contexto da pandemia da covid em 2020 e dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral, em 2022. Os dois documentos também tiveram a adesão de José Luis de Oliveira Lima, o Juca, advogado do general da reserva Walter Braga Netto, desde 18 de dezembro de 2024.
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