Governo sinaliza aos pequenos empreendedores

Sentindo os efeitos negativos que a crise do PIX provocou em grande parte de pequenos empreendedores e trabalhadores autônomos, muitos ainda na informalidade, receosos que ficaram de serem acossados pelo fisco ante o anúncio de que transações financeiras a partir de minguados cinco mil reais seriam monitoradas pela Receita Federal, eis que o Governo Federal, visando conquistar credibilidade junto a esse enorme contingente de milhões de brasileiros, vai anunciar um conjunto de medidas de ampliação do fomento, incentivo e facilitação aos pequenos negócios.
Novos programas como o “Acredita”, lançado em abril de 2024 e que oferece crédito com condições especiais para micro e pequenos empresários e cidadãos cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico), devem ser apresentados com foco no estímulo à criação de novos negócios e no fortalecimento de pequenos empreendimentos já existentes.

Contudo, a amplificação de estímulos não é garantia de sucesso. Empreender requer capacitação, preparo, planejamento e ilimitada dedicação. Adentrar no empreendedorismo, mesmo que individual, não é uma tarefa nada fácil num país com tantas amarras como o Brasil.
Aqueles que se dispõe a empreender, abrindo espaço no mercado para diferentes produtos e novas formas de serviços devem ser facilitados ao máximo. Muito além do fomento financeiro, os pequenos negócios e autônomos sofrem com carga tributária elevada, dificuldade logística e uma tormenta burocrática que consome tempo, recursos e atravanca o desenvolvimento de suas atividades.
A cruel realidade é a presença de um ambiente muito inseguro e desfavorável para todos aqueles que desejam trabalhar por conta própria ou abrir seu próprio negócio no Brasil.

Outra grande dificuldade é a falta de experiência ou de conhecimento sobre os temas que envolvem a condução de um empreendimento, por menor que o mesmo seja. A carência de know-how e de capacidade administrativa é a principal razão para que a maioria das pequenas empresas fecha suas portas com menos de um dois de atuação.

Segundo o SEBRAE, 7% dessas empresas fecham por falta de lucro, 20% encerram o negócio por falta de capital e quase 50% dos pequenos empresários do Brasil não sabem precisar se têm lucro ou prejuízo. Esses dados nos fazem constatar que as empresas fecham por falta de uma gestão adequada dos seus recursos.

A solução é que se busque pesquisar bastante antes de abrir o negócio. Ler muito para aprender sobre o assunto e procurar se espelhar na experiência de pessoas que já passaram por situações similares e que podem transmitir seus conhecimentos e experiências. E se capacitar ao máximo na em todas os setores da gestão: administrativo, técnico e comercial.

Enquanto a geração de um emprego na indústria de ponta e alta escala custa quase 1 milhão de reais, o empreendedor individual muitas vezes se viabiliza com R$ 20 mil ou menos.
Temos que destacar o papel fundamental do pequeno empreendedor para a economia nacional. Um país continental, heterogêneo e com mais de 200 milhões de habitantes tem necessariamente que incentivar as iniciativas criativas e empreendedoras dos indivíduos.

JOSÉ MARIA PHILOMENO
ADVOGADO
E ECONOMISTA

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