A Justiça da Coreia do Sul aprovou, neste domingo (19/01), a prorrogação da prisão do presidente afastado Yoon Suk Yeol, detido sob investigação por insurreição. Yoon, o primeiro presidente em exercício do país a ser preso, enfrenta acusações relacionadas à declaração de lei marcial no início de dezembro, o que desencadeou a maior crise política sul-coreana em décadas. A extensão da custódia, que pode durar até 20 dias, foi solicitada pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão (CIO), sob justificativa da gravidade do crime.
A audiência judicial, que durou quase cinco horas, contou com a presença de Yoon, que falou por cerca de 40 minutos para defender a legitimidade da lei marcial decretada em dezembro. “Yoon explicou e respondeu perguntas de forma honesta sobre as relações factuais, evidências e princípios legais”, afirmou seu advogado, Yoon Kab-keun. O ex-presidente, que retornou ao Centro de Detenção de Seul após a sessão, alega que a acusação de insurreição não se configura e que busca restaurar sua honra diante do Parlamento e do povo sul-coreano.
Tensão
A prisão de Yoon intensificou tensões políticas e mobilizou milhares de apoiadores ao redor do tribunal, exigindo sua libertação. Imagens de canais de TV mostraram um comboio policial escoltando o ex-presidente, enquanto a polícia dispersava multidões que bloqueavam os portões do tribunal. Diversos manifestantes foram presos ao tentarem invadir o local, refletindo o clima polarizado no país.
A crise política, desencadeada pela tentativa de Yoon de impor a lei marcial, chocou a nação e foi prontamente rejeitada pelo Parlamento, que o destituiu em 14 de dezembro. Agora, Yoon enfrenta julgamento de impeachment na Corte Constitucional, que decidirá se ele será permanentemente afastado ou retornará ao cargo. Especialistas apontam que o crime de insurreição, raro e de extrema gravidade, pode levar a pena de prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte, agravando a delicada situação do ex-presidente.
A tentativa de Yoon de declarar lei marcial, alegadamente para lidar com protestos e dissidências políticas, revelou profundas fissuras no sistema democrático sul-coreano. A crise evidencia o delicado equilíbrio entre os poderes Executivo e Legislativo, enquanto as investigações avançam para formalizar as acusações contra o presidente afastado. Com a pior crise institucional em décadas, a Coreia do Sul enfrenta um momento de incertezas que pode redefinir os rumos da política no país. O caso de Yoon Suk Yeol servirá como um divisor de águas para a democracia sul-coreana, cujos pilares estão sendo testados em uma escala sem precedentes.
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