Governo anunciou implantação de estruturas que irão fornecer medicamentos, hospedagem e trafegabilidade. Com excesso de chuva, dengue também preocupa autoridades. Governador de Goiás, Ronaldo Caiado
Wesley Costa/O Popular
Mais de 60 cidades (veja lista abaixo) estão em situação de alerta para alagamentos em Goiás, segundo o governador do estado, Ronaldo Caiado. Ele adestacou que essa situação possibilita um aumento do número de doenças, como a dengue. Após reunião com representantes dos 246 municípios, realizada nesta sexta-feira (17), o governador anunciou medidas de prevenção e garantiu estruturas de governo distribuídas nos municípios em alerta.
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“Nós não podemos admitir que continuem morrendo pessoas por aquilo que pode ser evitado. […] É exatamente aquilo que nós chamamos de mortes evitáveis”, disse Caiado.
O governador alertou que, nesses locais mapeados, pode haver maior dificuldade de acesso ou acidentes. Segundo ele, um protocolo com orientações sanitárias foi repassado aos secretários municipais, com o objetivo de evitar mortes.
“Temos essa campanha de alerta em que nós instalamos, nos pontos que serão atingidos pelo maior volume de água e enchentes, a estrutura social de alimentação, também de medicamentos, estrutura de hospedagem e de trafegabilidade para essas pessoas”, explicou o governador.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros de Goiás, coronel Washington Vaz Junior, disse que o estado lançou a Operação Goiás Alerta e Solidário para prevenção. “O solo já está com bastante água e essa impermeabilização do solo está provocando, mesmo com poucos milímetros, enxurradas e alagamentos”, disse.
Ele ainda pontuou que as cidades não foram planejadas para este volume de água. “São mais de 60 cidades em situação de alerta. Vão chover mais de mil milímetros de água nessas cidades. As cidades não estão preparadas para toda essa água”, disse.
“A sociedade ainda insiste em entrar dentro das áreas de enxurradas, com motos e carros. A água chegou no meio do fio? Não ultrapasse aquela enxurrada, não tente avançe, espere”, disse o comandante.
Risco de doenças
O risco de proliferação de doenças aumenta com as mudanças climáticas, segundo a subsecretária de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde (SES), Flúvia Amorim – que mencionou dengue e chikungunya como as principais delas.
“O aumento das temperaturas e das chuvas, aumenta a condição do mosquito se proliferar de uma forma mais rápida. Isso aumenta também o risco dessas doenças”, pontuou Flúvia.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico da SES, nos primeiros 15 dias do ano, Goiás registrou 906 casos de dengue. “O risco de epidemia tem, não só da dengue, como das outras doenças também”, disse Flúvia.
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Combate à dengue
Flúvia informou que o objetivo principal é eliminar os focos de mosquito Aedes aegypti. “Em algumas situações é necessário usar o controle químico, mas a nossa prioridade é para a bomba costal, porque o agente entra dentro do lote, faz aquela borrifação e a eficácia é maior”, disse.
Dentre as ações, ela destaca o controle do mosquito, a diminuição de criadouros, orientações aos pacientes. Flúvia pede ainda que pessoas que estejam com sintomas procurem uma unidade de saúde e evitem a automedicação. “Isso ajuda a diminuir casos graves e óbitos”, afirmou.
Pessoas sendo resgatadas em botes durante alagamento em Planaltina, em Goiás
Reprodução / Corpo de Bombeiros
Já o governador falou sobre combater os lixões, sobre a pulverização de áreas contaminadas e sobre os agentes comunitários de saúde trabalhem visitando as casas de áreas de risco, “para ter uma atenção especial”.
Dentre as novas medidas de prevenção, há a borrifação residual intradomiciliar para locais com grandes aglomerados de pessoas. “A gente borrifa na parede esse inseticida e ele tem uma facilidade de evitar o mosquito e até matar por um longo prazo”, disse Flúvia. Além disso, a SES disponibilizou armadilhas – onde a fêmea do mosquito deposita os ovos – que são usadas para levantamento de onde há mais possibilidade de transmissão.
Sobre o uso de inseticidas, ela defende que os municípios sigam os protocolos do Ministério de Saúde, que forneceu uma lista com indicações. “Porque senão a gente corre o risco de causar resistência ao mosquito. O mosquito começa a ser resistente a vários inseticidas. Por isso, precisa haver uma padronização e uma homogeneidade nacional”, disse.
Vacinação
Enquanto a subsecretária garantiu que Goiás está abastecido com vacinas contra a dengue, o governador de Goiás faz apelo para que as pessoas se vacinem.
“Quero pedir às pessoas que fiquem atentas, pelo amor de Deus, que tenham a responsabilidade de levar seus filhos aos postos de saúde, de se vacinar. É fundamental que as pessoas voltem a respeitar esse calendário da vacina”, disse Caiado.
Cidades em alerta para alagamento em Goiás:
Abadiânia
Adelândia
Água Fria de Goiás
Águas Lindas de Goiás
Alto Paraíso de Goiás
Amaralina
Americano do Brasil
Anápolis
Barro Alto
Buriti de Goiás
Campinaçu
Carmo do Rio Verde
Cavalcante
Ceres
Cocalzinho de Goiás
Corumbá de Goiás
Crixás
Damolândia
Estrela do Norte
Flores de Goiás
Formosa
Formoso
Goianésia
Goiânia
Goiás
Guaraíta
Guarinos
Heitoraí
Hidrolina
Inhumas
Ipiranga de Goiás
Itaberaí
Itaguari
Itapaci
Itapuranga
Jaraguá
Mimoso de Goiás
Mossâmedes
Mutunópolis
Niquelândia
Nova Glória
Nova Roma
Nova Veneza
Novo Brasil
Ouro Verde de Goiás
Padre Bernardo
Petrolina de Goiás
Pilar de Goiás
Planaltina
Porangatu
Rianápolis
Rubiataba
Santa Rita do Novo Destino
Santa Rosa de Goiás
São João d’Aliança
São Luiz do Norte
São Miguel do Araguaia
Teresina de Goiás
Terezópolis de Goiás
Uruaçu
Uruana
Vila Propício
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