O setor de aluguel de máquinas e equipamentos no Brasil está em uma trajetória de expansão, com forte potencial de desenvolvimento e sinais de consolidação. Embora no Brasil o setor ainda seja pulverizado, o mercado já apresenta movimentos semelhantes ao setor nos Estados Unidos.
Segundo Rafael Nascimento, sócio da VGRI Partners, Investment Banking independente, líder em transações de Equipment Rental no Brasil, atualmente, cerca de 25% dos equipamentos no Brasil são locados, inferior aos 60% nos Estados Unidos, 65% na Europa e 80% no Japão.
Há uma projeção de que o setor de locação de equipamentos no Brasil se desenvolva exponencialmente nos próximos anos, com a tendência de “buy to rent” (substituição de frotas próprias por locação), que deve impulsionar ainda mais o mercado nacional, gerando oportunidades para empresas consolidadas e investidores.
Movimento de consolidação nos EUA inspira Brasil
Na última semana, a United Rentals, líder no setor de locação de máquinas nos EUA, anunciou a compra da H&E Equipment Services por US$ 4,8 bilhões. A transação destaca a estratégia de consolidação e geração de sinergias para ampliação de mercado.
Exemplos recentes incluem a aquisição da Triengel pela Mills (MILS3) em 2022, por R$ 133,7 milhões, e da JM Empilhadeiras em 2023, por R$ 279,5 milhões.
Essas transações mostram como empresas nacionais têm ampliado sua participação no mercado e diversificado suas linhas de produtos.
Oportunidades no mercado brasileiro
Especialistas destacam que o mercado brasileiro tem múltiplos atrativos. Um indicativo de que o setor ainda tem muito espaço para crescer no Brasil são os múltiplos das transações: enquanto a venda da H&E para a United Rentals foi negociada a 6,9x o EBITDA ajustado, transações no Brasil apresentam média de 4,5x.
No Brasil é possível avaliar os múltiplos de companhias comparáveis de capital aberto, como a Mills, com 4,1x; Armac (ARML3) com 5x e Vamos (VAMO3) com 5,3x, sugerindo espaço para valorização.
Segundo Nascimento, houve uma queda recente devido a condições de mercado, mas a expectativa é de uma expansão nos múltiplos.
Desafios no setor de aluguel de máquinas
A consolidação no setor permite ganhos de escala, sinergias e aumento da participação de mercado. No entanto, para alcançar o nível de maturidade de economias desenvolvidas, o Brasil precisa superar desafios relacionados à gestão de capital, eficiência operacional e ampliação da rede de locação.
A expansão orgânica e inorgânica continuará sendo a principal estratégia para empresas do setor. Movimentos de fusões e aquisições devem se intensificar nos próximos anos, atraindo mais capital e elevando os múltiplos do mercado.
O post Brasil expande setor de aluguel de máquinas e busca consolidação global apareceu primeiro em Monitor do Mercado.